terça-feira, 2 de junho de 2009

Créditos

Autoras do blogue:

Cláudia Sofia Lima Carvalho
claudia.culturarte@gmail.com

e

Andreia Isabel Moreira Pereira
andreia.culturarte@gmail.com

Agradecimentos:

* Theatro Circo

* Casa das Artes

* Centro de Artes e Espectáculos São Mamede

* Rui Madeira

* Companhia de Teatro de Braga

* Joaquim Fidalgo

* Miguel Pedro (Mão Morta)

* Marco Carvalho

* Orlando Ribas

A voz de quem sabe

O panorama da cultura a nível nacional, a programação, a adesão dos públicos e os objectivos das Casas de Espectáculos foram alguns dos assuntos discutidos com os directores Álvaro Santos da Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão, Miguel Carvalho do Centro de Artes e Espectáculos S. Mamede, em Guimarães, e Paulo Brandão do Theatro Circo, em Braga.
Com objectivos muito vincados e uma programação específica, cada casa de espectáculos procura, no entanto, abranger todos os públicos.

O CulturArTe fez uma pequena entrevista aos três directores. As perguntas foram as mesmas, as respostas, essas variaram.



1- Que tipo de programação segue?

Paulo Brandão


Álvaro Santos


Miguel Carvalho


2- Qual o público alvo?

Paulo Brandão


Álvaro Santos


Miguel Carvalho


3- É difícil competir com as grandes cidades?

Paulo Brandão


Álvaro Santos


Miguel Carvalho


4- Desenvolvem algum trabalho com as escolas? Porquê?

Paulo Brandão


Álvaro Santos


Miguel Carvalho


5- As pessoas aderem aos espectáculos?

Paulo Brandão


Álvaro Santos


Miguel Carvalho


Theatro Circo

Com quase 100 anos de existência o Theatro Circo é uma referência no meio artístico por ter uma das mais carismáticas salas de espectáculos do país e também por ter uma programação que obedece a critérios de qualidade e ecletismo
Muita história, muitos espectáculos e grandes acontecimentos passaram pelo Theatro Circo, inaugurado em 1915.
Mas em 1999, o Theatro Circo foi submetido a profundas obras de restauro e requalificação, iniciadas através de um protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal de Braga e o Ministério da Cultura, co-financiado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
A requalificação começou pelo restauro de todo o edifício, preservando a sua arquitectura, depois o objectivo era a reconversão do Theatro Circo num grande complexo cultural, capacitado com a mais actual e completa tecnologia cénica e sonora, capaz de responder às necessidades da arte contemporânea.
Para além da sala principal, com lotação de 899 lugares, o Theatro Circo foi complementado com duas novas salas: um pequeno auditório com 236 lugares e uma sala de ensaios. Foi ainda aumentada a sua capacidade nas zonas de apoio com novos camarins e armazéns. A requalificação incluiu ainda a reposição da traça original do Salão Nobre.
A 27 de Outubro de 2006 foi reaberto o Theatro Circo, num momento de celebração marcado pela actuação da Orquestra Sinfónica Nacional Checa, que segundo a casa “devolveu à cidade uma sala de imponência invulgar e de beleza arquitectónica difícil de suplantar por qualquer outra sala, portuguesa ou europeia”.


Fotos: Theatro Circo

Para mais informações: http://www.theatrocirco.com/

Casa das Artes

Situada no Parque de Sinçães, em Vila Nova de Famalicão, a Casa das Artes é um espaço para todos, que recebe espectáculos musicais, de teatro, cinema e exposições de arte amplamente aclamados.
Localizada entre o verde do parque, o edifício de linhas modernas é composto por um café-concerto, espaço que tem capacidade para 150 pessoas e dois auditórios com 495 e 124 lugares disponíveis.


Fotos: António Freitas | CMVNF

Para mais informações: http://casadasartes.blogspot.com/

C.A.E. São Mamede

Construído nos anos 70, o S. Mamede – Centro de Artes e Espectáculos de Guimarães está implantado num edifício histórico e emblemático, mesmo no centro da cidade de Guimarães.
Inicialmente pensado para funcionar como uma sala de cinema, o S. Mamede foi desde sempre considerado um local de referência para a divulgação cultural e um local frequentado por muitos amantes da sétima arte.
Com três pisos o espaço incluiu uma sala de espectáculos com capacidade para a realização de grandes eventos como espectáculos ou até conferências, colóquios ou workshops; uma galeria de arte que promove mostras de grandes exposições de artes plásticas, fotografia e vídeo. Neste espaço são também revelados muitos jovens talentos; um café-concerto com área dedicada à restauração com um pequeno auditório onde são realizadas pequenas peças teatrais, espectáculos de dança contemporânea e pequenos espectáculos musicais; existe ainda uma livraria onde poderão ser encontradas centenas de livros de variados autores.


Fotos: CAE São Mamede

Um homem e quatro “Raparigas”

Ana, Teresa, Madalena e Mila são os nomes das mulheres visitadas por Rodrigo, um sedutor jovem, prestes a casar e que decide voltar ao passado para pedir desculpa por as ter deixado.
Jéssica Athayde, Núria Madruga, Cátia Ribeiro, Marta Melro e André Nunes subiram ao palco da Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão, e apresentaram a peça de teatro cómica “Raparigas”, de Neil Labute, com encenação de Almeno Gonçalves.
A acção reflecte sobre os “infindáveis receios da plena entrega de um sedutor e jovem escritor face à eminência do casamento”, adiantou a Casa das Artes. Por isso, Rodrigo, o protagonista e único homem da história, vai marcando encontros com as mulheres que mais magoou no passado, em quartos de hotéis de diferentes cidades. As personalidades distintas das quatro “Raparigas” animaram os espectadores que encheram o Grande Auditório da Casa das Artes.
A primeira a ser visitada é Ana, interpretada por Jéssica Athayde, uma mulher romântica, do Porto, que agora casada e com dois filhos confessa nunca ter esquecido Rodrigo.
Teresa, interpretada por Marta Melro, é a segunda rapariga com quem conversa e que é obrigada a recordar o passado com Rodrigo. Descrevendo-se como “demasiado maluca”, Teresa é uma das mulheres com quem o protagonista satisfez mais fantasias sexuais.
No quarto número 127, em Aveiro, Rodrigo recordou as suas escapadelas com Núria Madruga na pele de Madalena. Esta é uma mulher mais velha, mais madura e já casada na altura em que se conheceram. Depois de ter traído o marido, Madalena é a única que pretende vingança.
Mais realista era Mila, interpretada por Cátia Ribeiro, a rapariga que Rodrigo deixou por ter um fetiche com a sua irmã gémea.
Mila acaba também por ser a única das “Raparigas” que descobre que o sedutor marcou estes encontros para conseguir recolher histórias para escrever na revista onde trabalha.
Esta viagem acaba por ser simultaneamente um mergulho nas emoções do escritor onde acaba por ter de encarar as consequências do “terrorismo emocional” exercido sobre as “Raparigas” que o amaram verdadeiramente.



Fotos: Andreia Pereira

Saia curta e (muitas) consequências

Saia Curta e Consequências é uma comédia romântica, onde Cláudia Vieira e Luís Gaspar são os protagonistas. A partir de um texto de Hervé Devolder e com encenação de Paulo Matos, esta peça de teatro conta a história de uma mulher revoltada com os homens, que decide ajustar contas com o primeiro que lhe aparecer.
"Gosta do meu rabo? Não pára de olhar para ele é porque gosta!", diz a um homem sentado num banco de jardim a ler o seu jornal. Zangada com os homens que não param de lhe mirar as curvas e de lançar piropos despropositados e decidida a combater essa frustração com o primeiro homem que lhe aparecer, a personagem feminina acaba por entrar num jogo confuso de palavras. Ameaças, declarações e até confissões inesperadas. Ela veste uma saia curta e as consequências disso não tardam a fazer-se sentir!
“Você vem de saia curta… porque está calor. E de botas altas… porque está frio”, responde-lhe o homem em tom de gozo. Cansado de ouvir as frustrações daquela desconhecida e depois da primeira posição de derrotado, o homem mostra-se capaz de contestar e de responder à letra àquela mulher.
Os amores e desamores são esgrimidos num diálogo composto por ameaças e troca de acusações que depressa dão lugar às declarações.
A mulher que se apresentava como a grande acusadora rapidamente comove o público, revelando as suas fraquezas. Facilmente, perdemos a noção de quem é o culpado e de quê.
Segundo Paulo Matos, no desdobrável da peça, "as personagens revelam-se múltiplas. Ela passa de atacante a personagem inspiradora da maior das compaixões nas contradições que revela. Ele de personagem atacado logo nos faz ver a sua natureza complexa de homem frágil na tentativa de redefinir e renovar os modos de amar."
Uma história atribulada e por vezes confusa mas sempre com a dose certa de humor. Os diálogos sensuais e provocantes entre as duas personagens mexem com a plateia e evidenciam o bom desempenho dos actores.
Depois de uma hora e quinze minutos de espectáculo, percebemos que no meio de tantas peripécias há sempre uma mensagem que fica: a procura pela paixão absoluta, que todos um dia sonhámos ter.
Saia Curta e Consequências teve em cena no C.A.E. São Mamede, nos dias 23 e 24 de Maio.



Fotos: Décima Colina